Bem sei que sou suspeita quando digo que Portugal é o melhor país do mundo. Ainda
assim, mantenha esta arrojada posição. Se pensar bem, o nosso pequeno país oferece
uma viagem à volta do mundo: praia, montanha, rio, falésia, rios, temos o que há de
mais tradicional e pitoresco, mas também o de mais tecnológico e moderno. Nesta
viagem, procurei as mais belas paisagens naturais de Portugal.
De norte a sul, o país está cheio de paisagens naturais dignas de postal: praias, rios e
lagoas, vinhas e parques, grutas e falésias, campos verdejantes e aldeias paradas no
tempo, visitar Portugal e fazer turismo por cá é encontrar paisagens de cortar a
respiração em cada esquina.
Paisagens Naturais em Portugal – 13 sítios a não perder
Comecei, claro está, pelo início: o Norte de Portugal. Aqui, encontrei as pitorescas
cidades, vilas e aldeias minhotas, cheias de carácter, cor e flor; os implacáveis mas belos
Trás-os-Montes, com clima frio mas gentes calorosas; a maravilhosa e invicta cidade do
Porto, entre muitas outras relíquias.
A primeira paragem da minha viagem foi a região que tem aquelas que são as mais
belas paisagens portuguesas: o Parque Nacional Peneda Gerês.
Parque Nacional Peneda Gerês
No extremo noroeste de Portugal, entre o Alto Minho e Trás-os-Montes, estão quase 70
hectares de pura natureza. O Parque Nacional Peneda Gerês inclui as Serras da Peneda,
Soajo, Gerês e Amarela, mas também rios e vales profundos, que, juntos, oferecem
paisagens únicas e formas de vida extraordinárias.
Mas se as paisagens montanhosas, os rios, as barragens e a natureza em estado puro
não me chegassem, o Parque Nacional Peneda Gerês dispõe ainda de fauna e flora
únicas. Da primeira, distinguem-se o lobo ibérico, a salamandra-lusitânica e o cavalo
garrano, fácil de encontrar em trilhos e nas estradas menos agitadas. Da segunda, os
maravilhosos bosques, matos, vegetação ripícola e turfeira, que pelo meio incluem
espécies raras e endémicas.
Cascatas do Gerês
Mas como falar do Parque Nacional Peneda Gerês sem mencionar as cascatas? As
fantásticas quedas de água e piscinas naturais atraem milhares de visitantes (inclusive
eu!) e são um dos ex-libris da região. As cascatas do Gerês são verdadeiros oásis
escondidos entre montanhas e vegetação densa que valem muito a pena visitar. Aqui,
encontrei paisagens que só imaginaria em livros!
Cascata Tahiti
Cascata do Arado
Poço Azul
Cascata da Portela do Homem
Douro Vinhateiro
É impossível visitar o Norte e não conhecer o Douro Vinhateiro. A zona com mais belas
vinhas já foi considerada Património Mundial da UNESCO e oferece algumas das
melhores paisagens de Portugal. Os socalcos, cuidadosamente desenhados à beira rio,
produzem alguns dos melhores vinhos do mundo, mas também dos melhores sítios
que visitei por cá.
É nas encostas íngremes e solos acidentados do Douro Vinhateiro que cresce o famoso
Vinho do Porto, expoente máximo da cultura, tradições e gentes locais, e não pude
deixar de conhecer as caves. Quem passa pela região, encontra o melhor do turismo de
natureza, rural e ecoturismo
Serra da Estrela.
Depois, desci até ao centro do país. O ponto mais alto de Portugal Continental está
aqui, na Serra da Estrela. Porém, abaixo dos 1 993 metros de altura está uma belíssima
região para visitar, principalmente quando coberta de branco.
Desníveis montanhosos, natureza no seu estado mais autêntico e genuíno, diversidade
na fauna e flora e rebanhos guiados pelos cães Serra da Estrela são apenas algumas
das surpresas que descobri pela Serra.
Por aqui, para além das paisagens, não pude deixar passar a gastronomia e o famoso
Queijo Serra da Estrela, carinhosamente feito pelas queijeiras que trazem nas mãos o
conhecimento de décadas.
Aldeias de Xisto
Segui em direção ao Centro mais profundo e bem preservado. Aqui, entre paredes e
telhados de xisto, desvendei um dos mistérios mais bem guardados de Portugal – as
Aldeias do Xisto.
Tal como o próprio nome indica, algumas casas e edifícios são feitos de xisto, uma
rocha proeminente na zona. Por aqui, encontrei a natureza, gastronomia, percursos
pedestres e de BTT, deslumbrantes praias fluviais e muito mais.
As 27 Aldeias do Xisto distribuem-se por quatro regiões, Serra do Açor, Serra da Lousã,
Zêzere e Tejo-Ocreza, e 16 concelhos. Algumas das aldeias que visitei (e adorei!) foram
Talasnal, Água Formosa, Piódão e Foz de Égua.
Parque Natural da Arrábida
O Parque Natural da Arrábida não é só mar, não é só montanha, nem muito menos só
falésia. A beleza do Parque Natural da Arrábida assenta na junção das três, onde os
quase 18 mil hectares oferecem vegetação indígena, diversidade animal e paisagens
naturais dignas de postal.
Por aqui, não só as vistas deslumbrantes mereceram uma visita. O Parque Nacional da
Arrábida dispõe ainda de atividades radicais, como montanhismo, mergulho e
espeleologia, mas também uma linha de praias caracterizadas por areia fina e águas
transparentes.
Costa Vicentina
Deixei o Centro e dirigi-me para o Sul. Pelo caminho, cruzei as maravilhosas planícies
alentejanas, as aldeias pintadas de branco e as pessoas que descansam à sombra de
um sobreiro.
O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é um dos parques naturais
mais bonitos de Portugal. Se procura uma região para “turistar”, este é um dos destinos
a ter em conta. As paisagens costeiras, as praias e dunas idílicas, as falésias, cabos,
enseadas e vilas pescatórias são alguns dos argumentos que levam tantas pessoas a
fugir dos grandes centros e a procurar este destino para férias.
Alqueva
Sabia que o Alqueva é um dos maiores lagos artificiais da Europa? Com uma albufeira
de 250 km2 e cobrindo cinco concelhos alentejanos, as margens do lago têm muito
para descobrir. Na margem direita, os castelos da Juromenha, Alandroal, Terena,
Monsaraz e Portel. Já na margem esquerda, os miradouros de Mourão e Moura
proporcionam fantásticas paisagens naturais sobre o espelho de água.
A verdade é que a barragem do Alqueva, e o consequente lago artificial, trouxeram uma
nova vida à região. O que antes eram campos e planícies, é hoje um lago que convida à
prática de atividades ao ar livre, como trilhos e caminhadas, desportos náuticos, como
os passeios de caiaque ou cona, ou apenas uns dias de puro descanso e relaxamento.
Algar de Benagil, Lagoa
O Algarve é famoso pelas lindas praias de águas calmas, areia clara e falésias de tons
dourados. Porém, um dos locais mais bonitos de Portugal e do mundo (sim, já foi
considerado um dos cinco lugares mais bonitos do mundo) é aqui mesmo, no Algarve.
A região é rica em algares e grutas e o Algar de Benagil é um deles.
O Algar de Benagil é nada mais nada menos que uma gruta vertical. A luz mergulha na
água e reflete cores mágicas por toda a gruta, especialmente o dourado das rochas e o
verde-esmeralda da água. Visitei o Algar de Benagil entre as 11h e as 13h e não me
arrependi! É que a esta hora a iluminação do algar é ainda mais bonita, pois a incidência
de luz pela abertura do topo é maior. Chegar lá foi fácil: optei pelo barco, mas há quem
faça o trajeto de kayak ou stand up paddle.
Pico do Arieiro, Madeira
Fiz as malas e voei até à Pérola do Atlântico: a ilha da Madeira. No arquipélago, não
faltam sabores para descobrir, atividades com que passar o tempo e sítios naturais
para visitar.
A 1818 metros de altitude, o Pico do Arieiro tem uma fantástica paisagem: uma
arrebatadora vista panorâmica sobre o maciço central da ilha da Madeira. Em dias
solarengos, é possível ver Curral das Freira, a ponta de São Lourenço e os dois picos
altos da ilha: o Pico das Torres e o Pico Ruivo. Chegar lá foi simples e, pelo caminho, fiz
um percurso pedestre de 7km, que por si próprio tem tanto de belo como de
desafiante.
Floresta Laurissilva, Madeira
Com 15 mil hectares, a Floresta Laurissilva é uma floresta húmida tropical em excelente
estado de conservação. Em 1999, foi considerada Património da Humanidade pela
UNESCO, mas a sua origem remonta a muitos anos atrás – aos períodos Miocénico e
Pliocénico da Época Terciária, há 20 milhões de anos.
A melhor forma de conhecer esta floresta foi caminhando pelas suas veredas e levadas,
tendo um contacto direto e privilegiado com as espécies de fauna e flora da Madeira.
Serra do Cume, Ilha Terceira, Açores
A Serra do Cume é uma das principais atrações da Ilha Terceira, nos Açores. Resultou
de uma erupção vulcânica e chamou a minha atenção pela exuberância das suas
paisagens, rodeadas maioritariamente por mar.
Localizada a 545 metros de altura, está rodeada de plantações de culturas locais e
“mantas de retalhos”. Inclui um impressionante miradouro e é um lugar extremamente
calmo, mas nem sempre foi assim. Durante a II Guerra Mundial, a Serra do Cume foi
morada de instalações militares, usadas estrategicamente para proteger aquela porção
oceânica.
Lagoa do Fogo, São Miguel, Açores
Aterrei finalmente na Ilha de São Miguel, nos Açores, mais especificamente na Lagoa
do Fogo, no concelho da Ribeira Grande. É uma das maiores lagoas do arquipélago e,
por ter tido poucas interações humanas, a sua fauna e flora estão conversadas de
forma quase selvagem.
Localizada na caldeira do vulcão do Fogo, a Lagoa do Fogo ocupa uma área de 1360 e
deslumbra pelo azul da água. Como gosto de caminhar e tenho fôlego suficiente,
aproveitei os trilhos. Foi uma das melhores formas de conhecer e envolver-se nesta
maravilhosa área. Antes de começar a visita, visitei a aplicação SpotAzores e consultei
as imagens das câmaras.
Como vê, Portugal está cheio de paisagens naturais para descobrir e a boa notícia é que
pelo caminho vai encontrar uma gastronomia inigualável. Faça como eu: faça as malas,
tenha uma boa viagem e boas paisagens!
