Procura sítios para visitar em Lisboa? A lista de locais para conhecer seria interminável, por
isso criei para si um pequeno guia com alguns dos locais que não pode mesmo deixar de
conhecer.
Sobre Lisboa
Lisboa: a vibrante capital de Portugal. Uma das cidades da Europa com mais horas de luz,
cerca de 100 km² de área e 500 mil habitantes, lugar de marcos históricos, várias vezes
nomeada e quatro vezes vencedor do prémio Melhor Destino Europeu. Mas Lisboa é mais
que isso. É “menina e moça”, nada francesa, cidade das sete colinas, cheia de cheiros e
sabores, luz e vida.
Lisboa é a fusão perfeita entre tradição e contemporaneidade e tem tanto por descobrir.
Entre ruas e praças por onde caminhar, labirintos e escadarias para explorar, museus e
monumentos para conhecer, Lisboa é sempre boa ideia.
Sítios para visitar em Lisboa grátis
Lisboa é uma cidade vibrante, que conseguiu juntar na perfeição o moderno e o tradicional.
Felizmente, os lugares mais emblemáticos, típicos e característicos são gratuitos ou têm
um custo quase simbólico. Porém, seria impossível elencar todas as ruas, ruelas, praças
para percorrer e segredos para desvendar em Lisboa.
Por isso, e para lhe facilitar a vida, dividi o guia de lugares para conhecer em Lisboa em partes: bairros, miradouros, parques e jardins, arte urbana, entre outros.
No fim, deixo ainda alguns sítios que, apesar de terem um custo associado, valem muito a pena conhecer. Fique por aí, mergulhe nas próximas linhas e comece já a planear a próxima viagem até à cidade das sete colinas.
A simplicidade dos carismáticos bairros lisboetas
A autenticidade dos bairros lisboetas continuam a encantar turistas dos quatro cantos do
mundo. Entre ruas e vielas, flores à janela e caras simpáticas à varanda, sentem-se os
aromas da cidade e ouvem-se os acordes das guitarras cantando fados corridos. Estes
bairros são a alma e o coração da cidade de Lisboa e acredite quando digo que não pode
mesmo deixar de os conhecer.
Alfama
Alfama é o labirinto lisboeta onde se vai querer perder. As ruas estreitas, os becos e as
escadarias fazem parte do carácter e personalidade única deste carismático bairro, onde o
que há de mais moderno conhece o lado artesanal e tradicional do bairro. Se antigamente
Alfama estava associada à pobreza e era morada dos desfavorecidos, marinheiros e
estivadores, hoje acolhe edifícios dignos de postal, como a Sé Catedral, o Panteão Nacional,
a Igreja de Santo António e o Castelo de São Jorge.
Ao passar por Alfama, olhei com atenção para os edifícios e sugiro que faça o mesmo. Nas
suas paredes caiadas, estão os retratos de algumas das figuras mais importantes do bairro,
como o Sr. Firmino Marques ou Mª Carmo Favinha. Se a visita ao bairro tradicional fizer
parte dos seus planos, aproveite a boleia do Elétrico 28.

Bairro Alto
O Ascensor da Bica ou o Elevador da Glória levam-no até ao Bairro Alto. Seja bem-vindo a
um dos mais vibrantes bairros lisboetas! Não é possível falar do Bairro Alto sem mencionar
a frenética vida noturna, onde diferentes gerações se juntam para apreciar uma típica
imperial.
Porém, o Bairro Alto tem duas caras. Se durante a noite o ritmo é rápido e agitado, durante o
dia instala-se a calma e o silêncio. O Bairro fervilha de ar urbana, livrarias, gastronomia bem
portuguesa e lojas de comércio históricas, como a Retrosaria Rosa Pomar ou o vizinho
Mercado dos Ofícios.
Chiado
O Bairro do Chiado é muitas vezes comparado com o Montmartre District, em Paris. Porém,
e como canta a fadista, “Lisboa não sejas Francesa” e aqui há muita coisa para ver e
conhecer.
Depois do grande incêndio de 1988, o Chiado reinventou-se e ganhou nova cara, sem nunca
perder a sua personalidade e carisma. As ruas, outrora pisadas por figuras como Eça de
Queiroz e Fernando Pessoa, dão morada tanto a grandes marcas de moda como a lojas,
esplanadas e restaurantes históricos.
Mas mais: ao longo das suas amplas ruas e praças, encontrei também museus, igrejas,
basílicas, miradouros e ainda a livraria mais antiga do mundo em atividade.

Os miradouros com as melhores vistas para a cidade
Lisboa ofereceu-me também maravilhosos miradouros espalhados um pouco por toda a
cidade, sítios perfeitos para relaxar ao fim da tarde, envolvido na calma e vista sob a cidade.
Miradouro da Senhora do Monte
O Miradouro da Senhora do Monte está localizado no ponto mais alto do Bairro da Graça, à
frente da Capela da Nossa Senhora do Monte.
Aqui, encontrei uma das melhores vistas para a cidade de Lisboa e vi o Mar da Palha, o
Castelo de São Jorge, o Parque de Monsanto, a Avenida Almirante Reis e parte da Baixa de
Lisboa e do estuário do Rio Tejo.
Miradouro das Portas do Sol
Ao vir da Sé Catedral e do Castelo de São Jorge, precisei de uma pausa e encontrei
exatamente o que procurava no Miradouro das Portas do Sol. Foi o local perfeito para
relaxar enquanto vislumbrava o Rio Tejo, parte do Bairro de Alfama, os telhados e as
cúpulas de alguns edifícios, como as igrejas de Santo Estêvão, São Miguel e São Vicente de
Fora.
Sugiro que visite o Miradouro das Portas do Sol ao fim da tarde, usufruindo do pôr do sol
sob o Rio Tejo e das cores áureas e luzes douradas de fim de tarde sob a cidade. Se estiver
tão atento quanto eu, conseguirá ver ainda o Elétrico 28, que passa nesta zona com alguma
frequência.

Miradouro São Pedro de Alcântara
O Miradouro de São Pedro de Alcântara é um dos maiores da capital. Localizado num
pequeno jardim, achei o sítio perfeito para descontrair ao fim da tarde, acompanhado por
uma bebida fresca na companhia de estátuas de heróis e deuses da mitologia grega e
romana. Foi-me oferecida ainda uma vista deslumbrante sobre a cidade, que apanhava a
Avenida da Liberdade, os Restauradores, a Baixa e as imponentes paredes do Castelo de
São Jorge.
Deambulando pelas ruas de Lisboa, encontrei ainda o Miradouro de Santa Catarina, de Santa
Luzia, do Jardim de Torel, do Monte Agudo e o do Adamastor.
Parques e Jardins
Parque de Monsanto
O Parque de Monsanto é um pequeno refúgio no coração de Lisboa, mas também é o seu
pulmão. Estes 900 hectares de natureza e espaços verdes (três vezes maior que o Central
Park, em Nova Iorque), incluem parques infantis, espaços para piqueniques, pista de
atletismo, zonas dedicadas ao exercício físico, relvados para passear os patudos, entre
outros.
Jardim Botânico de Lisboa
O Jardim Botânico de Lisboa acolhe uma enorme diversidade de espécies: entre 1300 e
1500 (algumas bastante raras)! As árvores de grande porte, as espécies de origem tropical e
as palmeiras vindas de todos os continentes atraíram a minha atenção e a de outros tantos
visitantes, mas o ex-libris do jardim são mesmo as cicadáceas.
Localizada na freguesia de Santo António, com 40 mil m² e 143 anos de história, é mais um
local interessante e surpreendente que fiquei a conhecer. Mesmo ao lado, encontrei o
Museu Nacional de História Natural e Ciência.
Estufa Fria
O Parque Eduardo VII guarda um segredo: a Estufa Fria. Já pode ter ouvido falar, mas sabia
que na verdade este espaço alberga três estufas diferentes, garantindo que cada espécie
tem a temperatura que precisa? A Estufa Fria é a atração principal e, como o próprio nome
indica, não há qualquer tipo de sistema de aquecimento.
Aqui, no meio de pequenos lagos e grutas, vivem plantas originárias de países como
Antilhas, Austrália, Brasil, China, México e Peru. Para passear sozinho, com a cara metade
ou em família, é um dos locais mais aprazíveis, calmos e bonitos de Lisboa.
Para além destes, junte à sua lista o Jardim da Estrela, a Mata de Alvalade, o Jardim do
Príncipe Real, o Jardim Calouste Gulbenkian, entre outros.
Praça do Comércio
A Praça do Comércio, conhecida também como Terreiro do Paço, foi cenário de grandes
momentos históricos: o embarque e desembarque de marinheiros, reis e rainhas, o regicídio
de D.Carlos I, a Revolução de Abril, entre outros. Ocupada por departamentos
governamentais, hotéis e restaurantes, está localizada na Baixa Pombalina, de frente para o
Rio Tejo, e é uma das maiores praças da Europa.
LX Factory
Depois de anos a funcionar como fábrica de tecidos, de impressoras gráficas e de
processamento de alimentos, esta zona da cidade de Lisboa ganhou nova vida como LX
Factory. É um verdadeiro pólo criativo, alimentada por eventos, empresas e profissionais da
área da moda, publicidade, comunicação, multimédia, arte, arquitetura e música. Além disso,
esta pequena fração de Alcântara alberga ainda restaurantes e bares, pelo que merece uma
visita mais demorada, com direito a almoço ou jantar. Recomendo!

Caminhadas na Margem do Rio Tejo
Lisboa beneficia das fantásticas vistas para o Rio Tejo, que acalma, ilumina e embeleza a
cidade. Quer goste de fazer exercício, caminhar ou apenas descontrair, o Tejo é sempre boa
ideia! Se a vista para o rio e para o Cristo Rei não fosse suficiente, a Beira-Rio Tejo tem
muito mais: o Parque Ribeirinho Oriente, o Muro das Namoradeiras, o MAAT, os vários bares
e restaurantes, entre outros.
Feira da Ladra
A Feira da Ladra é a alma lisboeta no seu melhor. Todas as terças-feiras e sábados, das 9h
às 18h, o Campo de Santa Clara, em São Vicente, enche-se para ver comerciantes e clientes
fazerem negócio. Desde objetos decorativos, passando por livros, roupa, mobília, na Feira da
Ladra encontrei também azulejos, artesanato antiguidades e algumas velharias. O que for
que procura, vai encontrar na Feira da Ladra.
Arte urbana
Ao procurar a Lisboa mais cool e alternativa, dei de caras com alguns dos melhores murais
e arte urbana da cidade: as ruas e paredes enchem-se de cor, texturas, protestos e arte.
‘Mural em Arroios’, de Mariana Duarte Santos

O ‘Mural dos Arroios’ encontra-se na Rua Nova do Desterro. A obra, da autoria de Mariana Duarte Santos, teve como base o trabalho de fotografia de Artur Pastor e foi o resultado de uma parceria entre a Galeria de Arte Urbana (GAU), a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta de Freguesia de Arroios.
‘Lisboa Menina e Moça’, de Mário Belém

A fachada da Biblioteca Manoel Chaves Caminha, na Avenida Rio de Janeiro, ganhou recentemente uma nova cara, mais colorida e florida. Decorada com elementos alusivos à cidade de Lisboa, como o manjerico, o elétrico e a imagem do Santo António, a obra da autoria do artista Mário Belém é uma memória viva e homenagem ao fadista Carlos do Carmo.
‘Mural do Compromisso’, de Smile1art

O Mural do Compromisso, do artista Ivo Santos (conhecido por Smile1art), é um lembrete da necessidade de trilhar o caminho da sustentabilidade. Encontrei-o na Avenida Calouste Gulbenkian.
Outros murais a não perder são o ‘Balance’ de AkaCorleone, ‘25 de Abril Pandémico’ de André Carrilho, ‘Lince ibérico’ de Bordalo II, ‘Estátua’ de Pichi&Avo, entre muitos outros.
Outros lugares para visitar em Lisboa
Uma cidade como Lisboa, com tanta história, carisma e paisagens, tem imenso para ver, viver e visitar e, por isso, seria impossível enumerar todos os sítios e segredos que explorei na capital. Ainda assim, sabendo que estou a deixar de fora locais emblemáticos, deixo mais quatro sugestões.
- Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT)
O MAAT é o centro da cultura em Lisboa. O museu acolhe três áreas distintas (a arte, a arquitetura e a tecnologia), juntando-as num espaço de diálogo, debate e descoberta. Localizado mesmo ao pé do Rio Tejo, inclui ainda um bar e restaurante para um fim de tarde calmo. A entrada é grátis todos os domingos.
- Convento do Carmo.
A construção do Convento do Carmo foi levada a cabo por D. Nuno Álvares Pereira, em 1389. Contudo, o forte abanão do terramoto de 1755 provocou graves danos no edifício e o subsequente incêndio destruiu quase todo o seu recheio.
Hoje, o Museu Arqueológico do Carmo continua a oferecer um espaço romântico, estético, de cultura e contemplação em plena baixa lisboeta. Graças à tecnologia atual, há apps móveis que permitem perceber como era o Convento do Carmo antes da sua destruição.
Com praias, parques naturais, percursos culturais e alojamento para todos os gostos, é difícil escapar à região de Lisboa numa visita a Portugal.
- Mosteiro dos Jerónimos
Com o belíssimo e histórico Rio Tejo como pano de fundo, está o Mosteiro dos Jerónimos. As obras começaram em 1501 ou 1502, a mando do Rei D. Manuel I, e hoje este monumento representa o expoente máximo do estilo manuelino em elementos religiosos, náuticos e régios.
- Torre e Jardins de Belém
Durante muito tempo, a Torre de Belém foi completamente cercada por água, mas ao longo dos séculos foi sendo envolvida pela praia até se incorporar em terra firme, tal como hoje a conhecemos. Se durante séculos foi um ponto estratégico e de proteção da cidade, hoje é um dos mais importantes monumentos do país e um dos mais procurados de Lisboa.
Mesmo ao pé, estão os Jardins de Belém. Apesar de estar localizado numa zona central e com algum movimento, foi-me possível relaxar, mas à minha volta havia pessoas a fazerem piqueniques, a ler à sombra de uma árvore ou a darem passeios descontraidamente.
Como viu, Lisboa tem muito por descobrir. Reserve uns dias e faça uma visita à capital, esta vai recebê-lo de braços abertos, sorriso na face, aromas e sabores para desfrutar.